Execução provisória de multa em face da Fazenda Pública: uma análise à luz da jurisprudência do Tribunal de Justiça de São Paulo e do Supremo Tribunal Federal

  • Carlos Henrique Dias
  • Carlos Henrique Dias

    Procurador do Estado de São Paulo

    Procurador do Estado de São Paulo. Graduado em Direito pela Faculdade Aldete Maria Alves. Especialista em Direito Constitucional.



Resumo

O artigo analisa os impactos jurídicos e orçamentários decorrentes da execução provisória de sentenças que impõem obrigações de pagar quantia certa pela Fazenda Pública, especialmente multas impostas em demandas que envolvem o direito fundamental à saúde. Trata-se de um estudo teórico-prático, que confronta dispositivos do Código de Processo Civil com os princípios que regem o orçamento público. A pesquisa evidencia que a execução provisória de multas atreladas a obrigações de fazer gera insegurança jurídica e risco ao equilíbrio orçamentário, além de contrariar jurisprudência consolidada do Supremo Tribunal Federal. Por fim, propõe-se um posicionamento intermediário que compatibilize a proteção ao direito à saúde com a segurança orçamentária, respeitando os limites constitucionais e a necessidade de trânsito em julgado como condição para a expedição de Precatório ou Requisição de Pequeno Valor.

Palavras-chave

Direito à saúde,
Multas diárias,
Execução provisória,
Fazenda Pública,
Orçamento público

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Referências

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